sábado, 9 de abril de 2011

UFA...

Dias cansativos! Semana de prova foi bem corrida, mas a gente conseguiu se virar bem... até agora tudo certo, me saindo super bem, trabalhos todos com nota máxima...
Mas juro que teve hora que achei que não conseguiria... trabalhar, ser dona de casa/esposa e estudar não é fácil... tá ficando tudo meio nas costas do Luquinha e eu to me sentindo uma inútil de nem ao menos passar uma vassoura na casa.
É, eu sei sim que são direitos e deveres iguais... mas eu gosto de fazer as coisas pra ele (na mesma proporção que ele gosta de fazer pra mim), então fico chateada de não fazer uma comidinha, de não limpar a casa... mas segue a vida, são apenas dois anos e daqui a pouco acaba (mulher de fé...)

Falando em fé, soube que meu pastor vai embora pra outra cidade, muito longe (não lembro o nome agora). Vou ficar DE NOVO desigrejada! To bem chateada com isso... acho que vai ser difícil encontrar outro cara que nem o Batista aqui em CG... onde vou encontrar um cara que conhece e vive a Palavra de Deus genuínamente e me chama pra ir na casa dele comer um peixe e tomar uma cerveja com a naturalidade de quem sabe que não está pecando?

Bem... é fé em Deus e vamo que vamo...






quarta-feira, 2 de março de 2011

VIDA LOKA

Gente, não tenho tempo pra mais nada!
A faculdade começou há apenas duas semanas e eu já to enlouquecida com a jornada tripla! Só tô aqui hoje porque choveu horrores e eu tive medo de ir e piorar... meu quintal ficou todo alagado (fotos abaixo), a rua toda alagada, escorria água pela rua principal do bairro como se fosse um rio (lembrei daquela música "O riiiio de Piracicabaaaa vai jooooogar água pra fooooraaaa..." - a primeira vez que eu vi o rio de Piracicaba tinha chovido um pouco antes, tava uma enxurrada), a enxurrada fortíssima, gente de moto parando tudo e não conseguindo passar... um caos!

Enfim, to aqui, pra dar um oi pra quem vem me ver de vez em quando e dizer que o curso de moda é PERFECT! To adorando tudo! As pessoas, as aulas, os professores... só a faculdade em si que é uma bosta, mas deixa pra lá, "vamos ignorá-la que ela vai embora" como diria uma querida amiga minha...rs

Vamos aos fatos:
O povo é bacanérrimo, muita gente já trabalha na área ou com alguma coisa relacionada. Costureiras são várias, uma inclusive dá aula pra menores aprendizes no Sebrae (tá meo bein?).
Já fiz "turminha" (hehehehe) com um povinho muito fofo e engraçado... a gente se diverte muito!
Pensei que nunca aprenderia a desenhar... um dos professores me garantiu que vou aprender, que qualquer pessoa desenha, basta ter a técnica... fiquei empolgada agora... nas horas do meu almoço só dá eu louca fazendo as tais "oito cabeças e meia" pra desenhar...rs... divertido!

Só não é legal o busão blaster cheio e chegar muito tarde em casa... Luquinha me pega no ponto mas mesmo assim tenho medo, meu bairro não é dos melhores... enfim, Deus nos proteja e vamo que vamo!

Vou tentar sempre colocar algum desenho, alguma matéria, alguma coisa... e espero voltar mais vezes, pq agora tá correria da braba!




sábado, 19 de fevereiro de 2011

NÃO PODE? PODE SIM!



Começo nessa segunda-feira o meu curso técnico em design de moda.
Tenho digerido coisas muito boas sobre o assunto e visto muita, mas MUITA bobagem sendo escrita.
É a primeira vez que vou tratar do assunto no blog, sempre falo de coisas pessoais, não quero que isso aqui se torne um "pointzinho cult" da internet sabe? O que vou tratar hoje é bem pessoal.

Desde que falei que tinha conseguido a bolsa na facul tenho reparado os mais variados tipos de reação ao falar o curso que vou fazer... mas todas as reações estão muito perto do: "HÃ? MODA?" alguns por não me acharem tão sofisticada para isso, outros simplesmente porque eu sou gorda.
É! Por isso sim, não sou idiota!

Hoje eu tava lendo o Le Blog de Big Beauty e a Stephanie (linda!!!) estava falando sobre o preconceito que ainda se sofre na França por ser gorda, as marcas que não investem em roupas plus e as que estão fechando.
Sabe, a Stephanie é o tipo de mina que eu admiro... ela usa o que quer, da cor que quer, não tá nem aí... e eu acho, de verdade que todas nós deveríamos ser assim! Assumir aquilo que a gente gosta, mesmo que a moda até aqui tenha dito que não pode usar.

Deixa eu listar algumas coisas que dizem que gordo não pode usar e EU USO:
- listras horizontais
- vestidos ou blusas sem manga
- vestidos ou blusas COM ALÇA
- cores claras
- calça skinny
- tomara que caia (não uso mais porque a idade não colabora, mas já usei muito)
- cinto
- legging
- shortinhos


Porque essa cisma de que a gente tem que esconder o braço grosso, a perna grossa não pode aparecer, a gordurinha embaixo do braço, isso ou aquilo? Afinal, temos que esconder as nossas gordurinhas DE QUEM?
Porque as meninas magras podem exibir seus ossos pontudos, as pernas finas com os joelhos ossudos, as olheiras profundas e todo mundo aplaude? O que há de bonito nisso afinal?
Vou sim fazer o curso de moda... e já estou me preparando psicologicamente para as discussões sobre o tal "pode ou não pode" que vou ser obrigada a enfrentar, além do fato de que, provavelmente, vou ser a única gorda, pobre, bolsista, de cabelo duro... e tudo isso só me faz ter mais e mais vontade de realizar o meu sonho...
... mas esse é só meu, ninguém precisa saber.


















Fotos retiradas do blog Mulherão tiradas no Fashion Weekend Plus Size, em São Paulo

sábado, 12 de fevereiro de 2011

♫... I'M EASY LIKE A SUNDAY MORNING...♫

A vida não é fácil né? Acho que já disse isso aqui inúmeras vezes. Quando você acha que as coisas estão finalmente entrando nos eixos, eis que tudo desaba... e você fica com aquela cara de criança que estourou a bexiga.

Comecei meu tratamento! Mas to meio receosa... o psiquiatra me mandou tomar um remédio que, segundo a bula que fiz questão de prontamente ler, é para casos de epilepsia. Mas... eu NÃO SOU epilética!! Euein...
Enfim, resolvi que eu não sou médica e não vou questionar... vou tomar a bagaça e seja o que Deus quiser. Meu irmão é epilético e toma aquele remédio que todo mundo tem medo de falar, o Gardenal. Pra mim soa tão assustador como "bom dia" afinal, convivo com isso há anos e pra mim é super natural, mas não é exatamente o problema que tenho. Tá certo, tive e tenho tremedeiras quando fico muito nervosa e já fui até consultar um cardiologista e fiz um eletro achando que tava com problema no coração por causa das palpitações... Enfim, como eu disse, ele é o médico, ele que sabe!

Agora preciso marcar Psicólogo também, mas aí vem um problemão... é longe de casa, precisa marcar por telefone e eu não tenho como fazer isso.
É amiguinhos, tia kel tá f.. e mal paga! Aliás, e NÃO paga!
Não recebi meu salário ainda e to com acúmulo de coisas para pagar, portanto não tenho como colocar crédito no celular pra ligar pro Psicólogo.
Ligar do trampo?
Nosso telefone tá cortado por falta de pagamento!

Tem horas que eu odeio tanto os funcionários públicos que trabalham na SAS de Campo Grande que me dá mais palpitação ainda!!!

Voltando (e me recompondo...rs)
Temos que pagar:
- conserto do carro
- luz
- água
- internet (que mandamos aumentar a velocidade há um mês e até agora NADA, só a fatura aumentou, félas da quenga!)
E salário só no final do mês... e segunda, dia 14, começo na faculdade... comofas? Preciso ir, não tenho dinheiro pra pagar a passagem e nem pra colocar combustível...
Bem, hj ganhei "duzentinho" pra dar um alívio na vida porque tava embaçado... mas não é o suficiente, só do carro são R$ 400,00 que temos que pagar...

O legal de tudo isso é que, apesar de toda a barra que estamos segurando eu to super serena, "tranquila como uma manhã de domingo"... rs
Efeito do remédio? Talvez!
Mas, principalmente, efeito do meu relacionamento estreito com Deus que estava deixado de lado. Sem dúvida nenhuma, estar em sintonia com o Alto deixa a gente muito, muuuito sossegada...

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

ENFIM MATRICULADA

Terça feira passada fui à faculdade levar minha documentação para concorrer à bolsa do ProUni. Levei todos os documentos, tudo foi minuciosamente olhado, fiz a entrevista e o entrevistador me disse para eu voltar na sexta (hoje) para ver se formou minha turma.

Achei que isso poderia ser feito por telefone, mas antes de eu ligar ligaram pra mim de lá, falando que minha bolsa estava aprovada, que eu deveria ir "ainda hoje" fazer a matrícula. Fiquei preocupada com a grana... eu e Luquinha temos EXATAMENTE 15 reais (contando carteira, banco, cofrinhos...) e eu não teria como pagar! Resolvi ligar de novo na facul, perguntando se tinha mesmo que pagar matrícula, a atendente não apenas disse que sim, mas que eu teria que pagar a matrícula integralmente (R$ 494,00), pois "o repasse do governo federal ainda não foi feito para a faculdade, depois você pede ressarcimento do dinheiro ou o valor é abonado na próxima mensalidade."

Fiquei desolada! Senti muita vontade de chorar... mas mantive a fé! Eu tinha dito pra Deus no dia anterior que tava na mão dEle e que se não rolasse eu ia ficar triste mas não abalada. Engoli o choro, desfiz o bico e passei a raciocinar... o que eu poderia fazer?
Fui no chefe... ele também estava liso! Parecia que nada estava dando certo... eu comecei a ficar nervosa e minha mente me dizia: "você falou que não ia perder a calma... tá na mão de Deus, lembra?"
O chefe ligou pro irmão dele (que é presidente da ONG), o irmão dele também não tinha dinheiro... "Meu Deus! Tá tudo dando errado!". Aí o cara pediu pra falar comigo ao telefone e disse que ia dar um jeito, pegar o limite no banco, mas me ajudaria... marcamos de passar no trabalho dele e de lá irmos juntos na faculdade.
(Até ai outras pessoas já tinham oferecido ajuda, mas acho complicado pegar dinheiro emprestado, principalmente quando você sabe que essa grana faz falta... amigos casados, com filhos... não acho direito, principalmente pelo fato de eu não saber quando vou poder pagar.)

Passamos no trampo dele.. ele estava sozinho no setor e várias pessoas apareceram para ele atender... começou a demorar e eu querendo ficar nervosa... mas meu coração me dizia para ter calma... e fui respirando fundo... 1... 2... 3...
Depois de uma meia hora ele chegou correndo, fomos pra faculdade. Fomos pro setor errado, peguei senha, esperei... até que fui informada do lugar certo... lá estava ABARROTADO de gente! Cheio mesmo! Assustei!
Sentamos e começa a espera... meia hora... uma hora... duas... três e finalmente chamam o número P004! Pobre de mim achando que iria ser atendida logo... a atendente não achava meus documentos... especularam eu não ter sido chamada... bati o pé! Claro que fui, ligaram pra mim, não tô louca!
Acharam o documento, pediram cópia dos meus outros documentos e do meu histórico escolar..."mas ninguém me avisou que precisava trazer documentos gente.. eu já deixei tudo aí na terça!" "mas tem que trazer de novo, a gente pede!" Pra mim não pediram... e eu não tinha... a atendente entrou e tirou cópia da cópia... e aí, na que seria a pior parte, a do pagamento, vem a DIVINA notícia: "Olha, vou imprimir seu boleto e você pode pagar no banco" "como assim? no telefone me falaram que eu iria pagar integral, à vista, na hora!!!" A atendente me olhou espantada... ninguém paga assim, só no banco, e eu ainda tenho até o dia 09 para pagar...
O valor? DUZENTOSESETENTAEDOISREAIS! isso mesmo, R$ 272,00, já com a bolsa do ProUni valendo!
Se eu vou ter que esperar pra ver se vai ter o curso?
"Até o momento, todas as turmas estão confirmadas." ela me disse...

E eu saí em estado de graça pela bondade e misericórdia de Deus... SOU CALOURA!!!

domingo, 30 de janeiro de 2011

QUANDO AS COISAS COMEÇAM A ANDAR...

Já se passaram alguns domingos (dois?) desde que postei a última vez. Eu estava num dia realmente difícil.
As coisas não melhoraram totalmente, é verdade, mas eu sim. E dá pra ver que o fato de você estar bem ou não conta muito pra que o seu dia seja ou não bom (li uma frase do Charlie Chaplin sobre isso certa vez).

Algums coisas têm dado certo (ou parecido que vão dar certo) e isso tem enchido meu coração de ânimo.
Vejamos:
- Nosso carro chegou do mecânico (depois de 1 mês no conserto e 1.600,00 reais a menos na conta)
- Fui pré aprovada no ProUni para Técnico em Design de Moda na Uniderp (bolsa de apenas 50% mas que está dentro do que é possível pagar).
- Com a pré aprovação da bolsa já tenho feito planos a longo prazo. Aprendi uma vez que não preciso gritar aos quatro ventos tudo o que eu sonho, posso apenas guardar pra mim e esperar... eu e Luquinha estamos sonhando... me lembra o Salmo 126...
- Minha consulta no psiquiatra foi marcada... em fevereiro começo o meu tratamento, vou ter um diagnóstico exato do meu problema e vou poder viver mais tranquila e sem fazer da vida das pessoas ao meu redor um inferno com a minha inconstância (por "pessoas ao meu redor" leia-se, principalmente, Luquinha).

Outras não têm dado certo... tenho me distanciado de pessoas até então queridas e perder amigos é chato, mas acho que no final será bom para ambos os lados. Conviver as vezes é muito complicado.

Sonhando... planejando... vislumbrando... e orando.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Hoje é domingo... o dia em que as pessoas, normalmente estão junto com a família, curtindo o dia, fazendo coisas divertidas, rindo...
Mas exatamente HOJE estou em crise.
Acordei querendo dormir pra sempre, sem vontade de levantar da cama, desejando que estivesse chovendo pra que eu não precisasse levantar.
Levantei.
Pedi a Deus que Luquinha não visse minha cara triste, meu olhar caído, torci pra que ele não quisesse conversar... depois me senti um lixo de ter um marido tão carinhoso, atencioso e que me ama tanto e eu simplesmente não querer estar perto dele... meu olho encheu de lágrima e ele percebeu que eu não estava bem... perguntou o que ele podia fazer por mim e eu quis entrar num buraco...

... acho que ninguém nunca vai entender... nem eu, inclusive. O que faz de uma pessoa que tem tudo alguém tão infeliz? Porque aqui dentro de mim essa tristeza não passa, não vai embora? O que será que acontece que, por mais que eu queira não consigo jogar tudo isso fora e me transformar em alguém mais agradável?
Perco meu tempo em redes sociais onde só respondo o que eu quero... onde posso deixar de falar com as pessoas e elas não vão me odiar por causa disso... onde me sinto próxima sem necessariamente ter que estar próxima a alguém.

Estava vendo TV com Luquinha... simplesmente levantei e vim pra cá... a internet tá sendo um tipo de escape e ao mesmo tempo me deixa pior em ver que só eu sou assim... ou que pelo menos, PRA MIM, só eu sou assim... meu marido ficou lá, deitado... e eu já já vou dar esse texto pra ele ler... e vou chorar, como já to fazendo agora.

Queria dormir e acordar em outro corpo, com outra mente.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A BURCA (ou minissaia) E A VERDADEIRA ESCRAVIDÃO


Voltei em alguns textos que li há uns anos atrás. Um deles fazia a relação entre a burca, vista como uma forma de escravidão e as “roupas” usadas por supostas dançarinas de funk ou axé, questionando qual das duas realmente escravizava a mulher. Isso me fez olhar “pra dentro de casa” e analisar o comportamento das pessoas daqui de onde estou, comportamento esse que me deixa por vezes abismada.
Pois vamos aos fatos:
É de manhã. Chega a aluna Cafifonha (nome fictício) com uma blusa ultra decotada na frente e com metade das costas de fora. Junto a isso um short curtíssimo e os olhos extremamente maquiados, como pra uma festa a noite. Idade da aluna: 12 anos.
É de manhã. A aluna Chinfronézia (nome fictício), mais pra gordinha que pra magra, vem com uma blusa decotadona e uma jardinheira jeans que, além de curta, estava muito apertada, revelando formas que provavelmente não era da vontade dela revelar. Idade da aluna: 12 anos.
É de tarde. Vai ter passeio. As três alunas (que não vão ter nome) vêm super produzidas. No ônibus, na viagem, abrem as bolsas e retiram de lá lápis de olho, sombras brancas (duas são bem queimadas de sol, quase índias, o que faz a sombra ficar muito mais destacada) e a mais branquinha, inclusive loira, saca de um baton cor de uva, super forte e passa nos lábios, que ficam volumosos e, diga-se de passagem, feios com tanta maquiagem. Idade das alunas: 10 anos, as três. Na volta do passeio descubro que uma delas “ficou” com um menino do mesmo período, também de 10 anos.

Sabe o que tem me deixado um tanto “desanimada”?
É que, por mais que nós queiramos demonstrar para as crianças uma conduta diferente não é essa mesma conduta adotada em suas casas.
Vejo mães vindo buscar seus filhos com roupas que por vezes me deixam envergonhada. Mães vêm matricular seus filhos com roupas que eu usaria para dormir de tão transparentes e curtas.
Dia desses a mãe veio rematricular seus filhos, um de 9 e um de 14 anos. Com o amante, vestindo uma roupa curtíssima. Tive pena. Tive raiva... como uma mãe pode expôr seus filhos dessa forma? Tentei me colocar no lugar do adolescente. O que deve passar na cabeça desse menino, sabendo que sua mãe namora um homem casado, que sustenta a casa para ter “favores sexuais”? Me fez lembrar um menino da minha rua, quando eu morava com minha mãe. Todos os amigos dele já tinham transado com sua mãe... e ela ficava na janela da casa dela chamando os adolescentes para “tomar café”. Ele saía e ficava na rua até anoitecer.
                Como alguém poderia chamar a atenção dele quando, aos 16 anos, engravidou uma menina? Qual era o exemplo que ele tinha em casa?
                Temo por essas crianças. Porque todo o nosso trabalho de construção de caráter é prontamente desconstruído em suas casas.
               
                Para tentar mudar essa realidade os cultos das crianças no domingo têm sido em suas casas. Precisamos alcançar seus pais com a “mudança de mente”. Alguns desses pais, inclusive, já frequentaram  uma igreja. Dizem sentir saudade de “quando era crente”, mas prefere não voltar pra não ter que enfrentar os tais “não pode” que tanto ouviram.



(Continua... um dia.)

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

O QUE A IGREJA TEM QUE APRENDER COM O A.A.

 Todas as semanas os membros do grupo Semente de Mostarda (grupo dos Alcoólicos Anônimos)* recitam juntos os doze passos. Eu ficava ouvindo e tinha a impressão de que os passos se reduziam a dois grandes passos. Um passo é a honestidade radical: Esses alcoólicos e viciados em drogas conseguiam farejar um engano a um quilômetro de distância e aprendiam a ser brutalmente honestos em relação a suas falhas e fracassos. O segundo passo radical é a dependência. Eles sabem que não podem superar um dia sem a ajuda de seus amigos e sem a ajuda de Deus. Cada semana, depois de confessar suas faltas, eles roam pedindo ajuda. Ocorreu-me, enquanto ouvia os alcoólicos e viciados em drogas, que minha própria igreja poderia usar um curso de reciclagem baseado exatamente sobre esses dois passos. As pessoas conseguem ser falsas na igreja. Como vai? “Ah, tudo bem, tudo bem” – quando na verdade o casamento está desmoronando, um adolescente fugiu de casa. Precisa de alguma ajuda? “Não, não, está tudo bem. Graças a Deus”.
Perguntei a George por que a maioria de seus amigos da associação A.A. evita a igreja. Ele me falou de pessoas que provaram a rejeição e veem a igreja como um lugar que enfatiza as falhas delas. “Quando convido meus amigos, eles não se sentem bem na igreja. Sentem-se deslocados. Na opinião deles, as pessoas que vão para a igreja são muito unidas. Elas se vestem bem, têm família e emprego. A vida delas funciona. Nossa vida é uma confusão. Preferimos  ficar sentados de jeans e camiseta, fumando um cigarro ou tomando café e sendo completamente sinceros uns com os outros”.
George fez depois uma observação perspicaz. Ele disse que na igreja, se alguém chega tarde, as pessoas se voltam para o atrasado. Algumas fazem cara feia, outras esboçam um sorriso de satisfação – Está vendo, aquela pessoa não é responsável como eu. Na associação dos A.A., porém, se alguém chega tarde, a reunião é interrompida e todos se levantam para saudar o atrasado, sabendo que o atraso pode ser um sinal de que o dependente quase sucumbiu. Nas palavras de George: “Quando eu chego tarde, isso prova que minha necessidade desesperada do grupo superou minha necessidade desesperada do álcool”.

(trecho do livro de Philip Yancey: “Para que serve Deus – Em busca da verdadeira fé” – págs 232 e 233)