domingo, 30 de janeiro de 2011

QUANDO AS COISAS COMEÇAM A ANDAR...

Já se passaram alguns domingos (dois?) desde que postei a última vez. Eu estava num dia realmente difícil.
As coisas não melhoraram totalmente, é verdade, mas eu sim. E dá pra ver que o fato de você estar bem ou não conta muito pra que o seu dia seja ou não bom (li uma frase do Charlie Chaplin sobre isso certa vez).

Algums coisas têm dado certo (ou parecido que vão dar certo) e isso tem enchido meu coração de ânimo.
Vejamos:
- Nosso carro chegou do mecânico (depois de 1 mês no conserto e 1.600,00 reais a menos na conta)
- Fui pré aprovada no ProUni para Técnico em Design de Moda na Uniderp (bolsa de apenas 50% mas que está dentro do que é possível pagar).
- Com a pré aprovação da bolsa já tenho feito planos a longo prazo. Aprendi uma vez que não preciso gritar aos quatro ventos tudo o que eu sonho, posso apenas guardar pra mim e esperar... eu e Luquinha estamos sonhando... me lembra o Salmo 126...
- Minha consulta no psiquiatra foi marcada... em fevereiro começo o meu tratamento, vou ter um diagnóstico exato do meu problema e vou poder viver mais tranquila e sem fazer da vida das pessoas ao meu redor um inferno com a minha inconstância (por "pessoas ao meu redor" leia-se, principalmente, Luquinha).

Outras não têm dado certo... tenho me distanciado de pessoas até então queridas e perder amigos é chato, mas acho que no final será bom para ambos os lados. Conviver as vezes é muito complicado.

Sonhando... planejando... vislumbrando... e orando.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Hoje é domingo... o dia em que as pessoas, normalmente estão junto com a família, curtindo o dia, fazendo coisas divertidas, rindo...
Mas exatamente HOJE estou em crise.
Acordei querendo dormir pra sempre, sem vontade de levantar da cama, desejando que estivesse chovendo pra que eu não precisasse levantar.
Levantei.
Pedi a Deus que Luquinha não visse minha cara triste, meu olhar caído, torci pra que ele não quisesse conversar... depois me senti um lixo de ter um marido tão carinhoso, atencioso e que me ama tanto e eu simplesmente não querer estar perto dele... meu olho encheu de lágrima e ele percebeu que eu não estava bem... perguntou o que ele podia fazer por mim e eu quis entrar num buraco...

... acho que ninguém nunca vai entender... nem eu, inclusive. O que faz de uma pessoa que tem tudo alguém tão infeliz? Porque aqui dentro de mim essa tristeza não passa, não vai embora? O que será que acontece que, por mais que eu queira não consigo jogar tudo isso fora e me transformar em alguém mais agradável?
Perco meu tempo em redes sociais onde só respondo o que eu quero... onde posso deixar de falar com as pessoas e elas não vão me odiar por causa disso... onde me sinto próxima sem necessariamente ter que estar próxima a alguém.

Estava vendo TV com Luquinha... simplesmente levantei e vim pra cá... a internet tá sendo um tipo de escape e ao mesmo tempo me deixa pior em ver que só eu sou assim... ou que pelo menos, PRA MIM, só eu sou assim... meu marido ficou lá, deitado... e eu já já vou dar esse texto pra ele ler... e vou chorar, como já to fazendo agora.

Queria dormir e acordar em outro corpo, com outra mente.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A BURCA (ou minissaia) E A VERDADEIRA ESCRAVIDÃO


Voltei em alguns textos que li há uns anos atrás. Um deles fazia a relação entre a burca, vista como uma forma de escravidão e as “roupas” usadas por supostas dançarinas de funk ou axé, questionando qual das duas realmente escravizava a mulher. Isso me fez olhar “pra dentro de casa” e analisar o comportamento das pessoas daqui de onde estou, comportamento esse que me deixa por vezes abismada.
Pois vamos aos fatos:
É de manhã. Chega a aluna Cafifonha (nome fictício) com uma blusa ultra decotada na frente e com metade das costas de fora. Junto a isso um short curtíssimo e os olhos extremamente maquiados, como pra uma festa a noite. Idade da aluna: 12 anos.
É de manhã. A aluna Chinfronézia (nome fictício), mais pra gordinha que pra magra, vem com uma blusa decotadona e uma jardinheira jeans que, além de curta, estava muito apertada, revelando formas que provavelmente não era da vontade dela revelar. Idade da aluna: 12 anos.
É de tarde. Vai ter passeio. As três alunas (que não vão ter nome) vêm super produzidas. No ônibus, na viagem, abrem as bolsas e retiram de lá lápis de olho, sombras brancas (duas são bem queimadas de sol, quase índias, o que faz a sombra ficar muito mais destacada) e a mais branquinha, inclusive loira, saca de um baton cor de uva, super forte e passa nos lábios, que ficam volumosos e, diga-se de passagem, feios com tanta maquiagem. Idade das alunas: 10 anos, as três. Na volta do passeio descubro que uma delas “ficou” com um menino do mesmo período, também de 10 anos.

Sabe o que tem me deixado um tanto “desanimada”?
É que, por mais que nós queiramos demonstrar para as crianças uma conduta diferente não é essa mesma conduta adotada em suas casas.
Vejo mães vindo buscar seus filhos com roupas que por vezes me deixam envergonhada. Mães vêm matricular seus filhos com roupas que eu usaria para dormir de tão transparentes e curtas.
Dia desses a mãe veio rematricular seus filhos, um de 9 e um de 14 anos. Com o amante, vestindo uma roupa curtíssima. Tive pena. Tive raiva... como uma mãe pode expôr seus filhos dessa forma? Tentei me colocar no lugar do adolescente. O que deve passar na cabeça desse menino, sabendo que sua mãe namora um homem casado, que sustenta a casa para ter “favores sexuais”? Me fez lembrar um menino da minha rua, quando eu morava com minha mãe. Todos os amigos dele já tinham transado com sua mãe... e ela ficava na janela da casa dela chamando os adolescentes para “tomar café”. Ele saía e ficava na rua até anoitecer.
                Como alguém poderia chamar a atenção dele quando, aos 16 anos, engravidou uma menina? Qual era o exemplo que ele tinha em casa?
                Temo por essas crianças. Porque todo o nosso trabalho de construção de caráter é prontamente desconstruído em suas casas.
               
                Para tentar mudar essa realidade os cultos das crianças no domingo têm sido em suas casas. Precisamos alcançar seus pais com a “mudança de mente”. Alguns desses pais, inclusive, já frequentaram  uma igreja. Dizem sentir saudade de “quando era crente”, mas prefere não voltar pra não ter que enfrentar os tais “não pode” que tanto ouviram.



(Continua... um dia.)

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

O QUE A IGREJA TEM QUE APRENDER COM O A.A.

 Todas as semanas os membros do grupo Semente de Mostarda (grupo dos Alcoólicos Anônimos)* recitam juntos os doze passos. Eu ficava ouvindo e tinha a impressão de que os passos se reduziam a dois grandes passos. Um passo é a honestidade radical: Esses alcoólicos e viciados em drogas conseguiam farejar um engano a um quilômetro de distância e aprendiam a ser brutalmente honestos em relação a suas falhas e fracassos. O segundo passo radical é a dependência. Eles sabem que não podem superar um dia sem a ajuda de seus amigos e sem a ajuda de Deus. Cada semana, depois de confessar suas faltas, eles roam pedindo ajuda. Ocorreu-me, enquanto ouvia os alcoólicos e viciados em drogas, que minha própria igreja poderia usar um curso de reciclagem baseado exatamente sobre esses dois passos. As pessoas conseguem ser falsas na igreja. Como vai? “Ah, tudo bem, tudo bem” – quando na verdade o casamento está desmoronando, um adolescente fugiu de casa. Precisa de alguma ajuda? “Não, não, está tudo bem. Graças a Deus”.
Perguntei a George por que a maioria de seus amigos da associação A.A. evita a igreja. Ele me falou de pessoas que provaram a rejeição e veem a igreja como um lugar que enfatiza as falhas delas. “Quando convido meus amigos, eles não se sentem bem na igreja. Sentem-se deslocados. Na opinião deles, as pessoas que vão para a igreja são muito unidas. Elas se vestem bem, têm família e emprego. A vida delas funciona. Nossa vida é uma confusão. Preferimos  ficar sentados de jeans e camiseta, fumando um cigarro ou tomando café e sendo completamente sinceros uns com os outros”.
George fez depois uma observação perspicaz. Ele disse que na igreja, se alguém chega tarde, as pessoas se voltam para o atrasado. Algumas fazem cara feia, outras esboçam um sorriso de satisfação – Está vendo, aquela pessoa não é responsável como eu. Na associação dos A.A., porém, se alguém chega tarde, a reunião é interrompida e todos se levantam para saudar o atrasado, sabendo que o atraso pode ser um sinal de que o dependente quase sucumbiu. Nas palavras de George: “Quando eu chego tarde, isso prova que minha necessidade desesperada do grupo superou minha necessidade desesperada do álcool”.

(trecho do livro de Philip Yancey: “Para que serve Deus – Em busca da verdadeira fé” – págs 232 e 233)