quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A BURCA (ou minissaia) E A VERDADEIRA ESCRAVIDÃO


Voltei em alguns textos que li há uns anos atrás. Um deles fazia a relação entre a burca, vista como uma forma de escravidão e as “roupas” usadas por supostas dançarinas de funk ou axé, questionando qual das duas realmente escravizava a mulher. Isso me fez olhar “pra dentro de casa” e analisar o comportamento das pessoas daqui de onde estou, comportamento esse que me deixa por vezes abismada.
Pois vamos aos fatos:
É de manhã. Chega a aluna Cafifonha (nome fictício) com uma blusa ultra decotada na frente e com metade das costas de fora. Junto a isso um short curtíssimo e os olhos extremamente maquiados, como pra uma festa a noite. Idade da aluna: 12 anos.
É de manhã. A aluna Chinfronézia (nome fictício), mais pra gordinha que pra magra, vem com uma blusa decotadona e uma jardinheira jeans que, além de curta, estava muito apertada, revelando formas que provavelmente não era da vontade dela revelar. Idade da aluna: 12 anos.
É de tarde. Vai ter passeio. As três alunas (que não vão ter nome) vêm super produzidas. No ônibus, na viagem, abrem as bolsas e retiram de lá lápis de olho, sombras brancas (duas são bem queimadas de sol, quase índias, o que faz a sombra ficar muito mais destacada) e a mais branquinha, inclusive loira, saca de um baton cor de uva, super forte e passa nos lábios, que ficam volumosos e, diga-se de passagem, feios com tanta maquiagem. Idade das alunas: 10 anos, as três. Na volta do passeio descubro que uma delas “ficou” com um menino do mesmo período, também de 10 anos.

Sabe o que tem me deixado um tanto “desanimada”?
É que, por mais que nós queiramos demonstrar para as crianças uma conduta diferente não é essa mesma conduta adotada em suas casas.
Vejo mães vindo buscar seus filhos com roupas que por vezes me deixam envergonhada. Mães vêm matricular seus filhos com roupas que eu usaria para dormir de tão transparentes e curtas.
Dia desses a mãe veio rematricular seus filhos, um de 9 e um de 14 anos. Com o amante, vestindo uma roupa curtíssima. Tive pena. Tive raiva... como uma mãe pode expôr seus filhos dessa forma? Tentei me colocar no lugar do adolescente. O que deve passar na cabeça desse menino, sabendo que sua mãe namora um homem casado, que sustenta a casa para ter “favores sexuais”? Me fez lembrar um menino da minha rua, quando eu morava com minha mãe. Todos os amigos dele já tinham transado com sua mãe... e ela ficava na janela da casa dela chamando os adolescentes para “tomar café”. Ele saía e ficava na rua até anoitecer.
                Como alguém poderia chamar a atenção dele quando, aos 16 anos, engravidou uma menina? Qual era o exemplo que ele tinha em casa?
                Temo por essas crianças. Porque todo o nosso trabalho de construção de caráter é prontamente desconstruído em suas casas.
               
                Para tentar mudar essa realidade os cultos das crianças no domingo têm sido em suas casas. Precisamos alcançar seus pais com a “mudança de mente”. Alguns desses pais, inclusive, já frequentaram  uma igreja. Dizem sentir saudade de “quando era crente”, mas prefere não voltar pra não ter que enfrentar os tais “não pode” que tanto ouviram.



(Continua... um dia.)

2 comentários:

StayU disse...

Nossa, Kel, por mais que eu saiba que isso acontece fiquei abismada com a idade das meninas que voce falou... Caraca mano, é de doer o estomago e partir o coracao... Como a sexualidade pode se distorcer a esse ponto? Parece que falta humanidade ate, se torna algo mto impulso, mto 'animal' (adultos-as criancas so imitam)... Sei la, tantos pensamentos, nao sei na real o que pensar... Deus abencoe voces dia a dia, e fortaleca seu coracao, porque pqp!, nem imagino como e lidar com isso. Conte com nossas oracoes!
Bjo gatona!

Alexandre disse...

Tambem estou orando Kel pois sei como essa situação é difícil e complicada. Quando morava no interior, numa rua, algumas quadras abaixo da minha, tambem tinha uma mulher que chamava o primerio que aparecia pra ir pra cama. Detalhe: Ela tinha DUAS FILHAS!

Minha mãe ficava indignada. Lembro que ela me proibia de conversar com as meninas pois já estavam, ambas, na pré adolescência e seguindo os passos da mãe se insinuando aos amigos. Lamentável...