Acordei chorando, um medo incontrolável de morrer... uma solidão, uma dor, um medo paralisante.
Alguém disse que podia ser início de Síndrome do Pânico e aí eu realmente entrei em pânico!
Chorei. Chorei muito, de soluçar, e o marido que tava dormindo acordou assustado.
No dia seguinte fui ao CAPS, decidida a reiniciar meu tratamento, 5 anos depois...
Não lembrava que era um lugar tão ruim... que clima estranho... pessoas com problemas mentais severos (lá funciona como um sanatório), andando pra lá e pra cá, querendo socializar, e eu desesperada, louca pra fugir, desistir de tratamento e mandar tudo pro inferno! Mas fiquei lá...firme (nem tanto...), decidida a levar pelo menos a visita daquele dia até o final!
Esperei muito, umas 3 horas até me chamarem... a psicóloga fez o primeiro contato, mil perguntas e eu fui jogando tudo, falando sem parar... eu, que não falo de mim, aproveitei que tinha uma pessoa desconhecida ali na frente e falei, falei...
Ela disse que não tenho sinais de Síndrome do Pânico, uma vez que saio sozinha de casa, mas se mostrou preocupada com a minha falta de sociabilidade.
Não sei porque cacete todo mundo quer que eu tenha confidentes, não sinto a mínima vontade de falar das coisas que sinto e penso... nunca tive, na verdade. Meus sentimentos foram sempre só meus... principalmente porque ninguém nunca se mostrou realmente interessado neles. A verdade é que sempre se aproximaram de mim pra falar, poucas vezes para ouvir, nisso aprendi que o que eu sinto não faz diferença pra ninguém e guardar pra mim se tornou padrão. Só consigo abrir pro meu marido. Ele é o único que ouve absolutamente tudo o que eu sinto... mas nem sempre entende.
Ter a mente confusa é foda.
Tenho que voltar no final dessa semana, a tal das "boas vindas", ou seja, sentar numa roda com um monte de gente estranha e ouvir (porque falar está fora de cogitação).
Vamos ver até onde eu consigo levar isso...
Nenhum comentário:
Postar um comentário