segunda-feira, 15 de junho de 2015

DE VOLTA

Semana passada tive uma crise. Há muito não tinha uma como essa.
Acordei chorando, um medo incontrolável de morrer... uma solidão, uma dor, um medo paralisante. 
Alguém disse que podia ser início de Síndrome do Pânico e aí eu realmente entrei em pânico! 
Chorei. Chorei muito, de soluçar, e o marido que tava dormindo acordou assustado.

No dia seguinte fui ao CAPS, decidida a reiniciar meu tratamento, 5 anos depois... 
Não lembrava que era um lugar tão ruim... que clima estranho... pessoas com problemas mentais severos (lá funciona como um sanatório), andando pra lá e pra cá, querendo socializar, e eu desesperada, louca pra fugir, desistir de tratamento e mandar tudo pro inferno! Mas fiquei lá...firme (nem tanto...), decidida a levar pelo menos a visita daquele dia até o final!

Esperei muito, umas 3 horas até me chamarem... a psicóloga fez o primeiro contato, mil perguntas e eu fui jogando tudo, falando sem parar... eu, que não falo de mim, aproveitei que tinha uma pessoa desconhecida ali na frente e falei, falei... 
Ela disse que não tenho sinais de Síndrome do Pânico, uma vez que saio sozinha de casa, mas se mostrou preocupada com a minha falta de sociabilidade.
Não sei porque cacete todo mundo quer que eu tenha confidentes, não sinto a mínima vontade de falar das coisas que sinto e penso... nunca tive, na verdade. Meus sentimentos foram sempre só meus... principalmente porque ninguém nunca se mostrou realmente interessado neles. A verdade é que sempre se aproximaram de mim pra falar, poucas vezes para ouvir, nisso aprendi que o que eu sinto não faz diferença pra ninguém e guardar pra mim se tornou padrão. Só consigo abrir pro meu marido. Ele é o único que ouve absolutamente tudo o que eu sinto... mas nem sempre entende.

Ter a mente confusa é foda.

Tenho que voltar no final dessa semana, a tal das "boas vindas", ou seja, sentar numa roda com um monte de gente estranha e ouvir (porque falar está fora de cogitação). 
Vamos ver até onde eu consigo levar isso...



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